sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O último verso (de Alma Welt)

Quando acordo e me ponho escrever,
E eu o faço o tempo todo, compulsiva,
Eu sinto que, assim só, posso viver
Ou que assim me sinto bem mais viva.

Entre o espírito e a carne o vão conflito
Expresso em outros termos, vida e arte,
Não existe mais pra mim, pois acredito,
Só se reflete o que do espelho fizer parte.

Solitária a vagar, devaneando
E parando pra anotar um simples verso,
Encontro o meu nicho no universo.

Mas cercada de poemas e de dores,
Se no leito estiver agonizando,
Roubai-me o derradeiro aos estertores...

(sem data)

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