sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Morte ri (de Alma Welt)


Joguemos com a vida limpo e sério
Mas não esqueçamos riso e humor.
A morte ser risonha é um mistério
Pois seu riso branco é seu pendor

Porque gosta de dançar e de tocar

Seu violino de timbre aciganado
Com arpejos qual faíscas ao luar,
A foice descansando ali ao lado.

Mas se eu puder responder ao riso dela
Só lhes peço que me abram a janela
Naquela hora mesma de ir embora.

Então cantemos, dancemos e riamos
Até o dia raiar em nova aurora
Porque de todo jeito nós nos vamos...

terça-feira, 21 de maio de 2013

Encontro com a Moira (II) (de Alma Welt)

 
pintura de Guilherme de Faria
 
 
Encontro com a Moira (II) (de Alma Welt)
 
E então me levantei diante da Morte...
Disse: “Ó Moira, espera, não me leves!
Assim não te trarei um grande aporte,
Nem sequer escrevi meu “Vita Brevis”!

“Dá-me mais tempo, Rainha dos escuros,
Para fechar o meu Diário e despedir-me
De todos os que amei por serem puros
E que preciso beijar antes de ir-me...”

“Dá-me um mãozinha com esta lenha.
Por isto só, chamei, meio no impulso,
Uma pequena ajuda que me venha.”

“Vê como estou forte e ainda nova!
Sou pálida mas ainda tenho pulso,
Qualquer paixão me diverte e me renova!”