sexta-feira, 18 de abril de 2014

Retrato da Moira (de Alma Welt)


Alguém estará pronto para a morte?
Não creio... a Moira vem de fora,
É estrangeira, percebemos por seu porte,
É pálida, altiva, e jamais cora.

Muito solene no seu manto negro,
Um ar meio assim de juiz togado,
Impoluto, sério e muito íntegro,
Não esconde o seu rosto descarnado.

Seremos todos levados deste aqui
Para um outro país de dor e treva
Que nem mesmo em pesadelo jamais vi.

Eis a sina do vivente, bem sabemos,
Mas pensamos ficar pra outra leva,
Quem sabe pra semente então fiquemos...