Carregando um burro morto - gravura (água-forte) de Guilherme de Faria, 1962
Carregando um burro morto (de Alma Welt)
Arrastando a carcaça de um burro
Em plena noite negra numa estrada
E então lhe perguntava num sussurro:
“O que farás agora com estes restos,
Que aos homens todos abomina
Não só pelo macabro e os insetos
Mas pela insuportável fedentina?”
Em plena noite negra numa estrada
E então lhe perguntava num sussurro:
“O que farás agora com estes restos,
Que aos homens todos abomina
Não só pelo macabro e os insetos
Mas pela insuportável fedentina?”
Responder em tom grave e absorto
Que aí me pôs a alma amedrontada:
“Não sabes que a cada um que é vivo
Caberá carregar seu burro morto?
E ai de quem do Fiscal burlar o crivo!”